Rafaela Nunes, nascida em Lisboa (1991), vive entre Lisboa e Palmela — entre a cidade e o campo. Completou a licenciatura e o mestrado em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, onde explorou a possibilidade da criação de espaços extraterritoriais através da pintura. Através de ficções pintadas ou esculpidas, a sua prática consiste em perseguir e criar uma sensação de estranheza que certos lugares, coisas ou fenómenos propiciam que, pela sua atipicidade, engloba num universo sob a designação de Nenhures. Utilizando uma linguagem mística e mágica, cria ambiências que oscilam entre a natureza selvagem e coisas artificiais, num interstício que sugere mundos alternativos. Apropria-se da estratégia infantil do “faz-de-conta” para abordar a precariedade dos espaços, coisas e seres. É nestes enclaves que procura explorar a frágil relação entre nós e o utópico. O seu percurso conta com exposições no Ministério do Ambiente, Museu de Espinho, Fundação PT, entre outras. Obteve bolsas para realizar residências artísticas no Centro de Estudos de Arte Contemporânea de Vila Nova da Barquinha, com o apoio da Fundação EDP e no Palácio de Quintanar, em Segovia, Espanha, na qual foi selecionada para representar a Faculdade de Belas-Artes de Lisboa.